Pesquisa detecta queda de popularidade do governo Yeda
Nesta terça-feira (10) pela manhã foram tornados públicos os resultados de levantamento de opinião pública realizado pelo Dataulbra entre os dias 02 e 05de abril. Entre outros temas, o instituto avaliou a performance do Governo Yeda Crusius e do governo Lula no estado do RS. Este foi o segundo levantamento efetuado este ano. No final de janeiro o mesmo instituto realizou o primeiro estudo desta série que pretende avaliar os dois governos a cada bimestre, segundo o Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional e Comunitário da Ulbra, Jairo Jorge.
A pesquisa revela um declínio na avaliação do Governo Yeda Crusius em todos os indicadores apresentados. Já na semana passada, provavelmente informados desta tendência por meio de pesquisas próprias, lideranças do Governo Yeda traçaram a linha de comparar a performance do governo estadual com o governo federal, visto que este também apresentou um declínio na sua avaliação aqui no RS. Diante desta informação, a base de sustentação do governo gaúcho produziu uma manobra diversionista - os ‘100 dias’ de um governo que está no poder há quatro anos e três meses - para reduzir o impacto de um fato iniludível: o Governo Yeda dilapida rapidamente o capital político advindo da sua vitória eleitoral.
A comparação com o governo federal, porém, não se sustenta. A avaliação do Governo Lula em nível nacional acaba de atingir seu melhor patamar: 49,5% de aprovação, segundo o CNT/Sensus. Este escore representa o maior índice de aprovação do governo federal já registrado pelo instituto. Em nível regional, o desempenho de Lula é amplamente superior ao de Yeda. Enquanto a governadora obtém nota 4,22, o presidente tem nota 5,65.
Enquanto a governadora obtém 19,7% de conceito bom e ótimo, o presidente tem 34,2%. Ou seja, apesar do ‘apagão aéreo’ e da apreciação cambial, o apoio ao Governo Lula no RS é amplamente superior ao Governo Yeda. Seu declínio no RS, a ser verdadeira a tendência verificada pelos dois levantamentos do Dataulbra, não expressa uma dinâmica nacional, mas sim regional.
Considerando que Yeda venceu as eleições no segundo turno com mais de 51% dos votos totais (53,9% dos votos válidos), podemos concluir que mais de 60% dos seus eleitores consideram o seu governo, na melhor das hipóteses, regular, o que é um indicador consistente do desencanto que atinge neste momento o seu eleitorado. Esta dinâmica sinaliza que o encaminhamento da governadora a dois temas marcantes na agenda dos primeiros 100 dias - os pedágios e a instalação das ‘papeleiras’ na metade sul - tem obtido ressonância maior na mídia do que na sociedade gaúcha.
Na pesquisa do Dataulbra, os dois indicadores mais tradicionais de avaliação de governos apresentaram os seguintes resultados:
O que estes números revelam é que a razão entre o apoio (ótimo/bom) e a rejeição (ruim/péssimo), que é de 3/2 no caso de Lula, cai para 1/2 no caso de Yeda. Em outras palavras: para cada dois eleitores que reprovam o Governo Lula encontramos três que o aprovam neste momento no RS. Enquanto isto, para cada eleitor que aprova o Governo Yeda encontramos dois que o reprovam. Esta síntese talvez seja a melhor resposta para aqueles que tentam responsabilizar Brasília por todos os males. O que vemos reproduzido na pesquisa é o contraste entre aumentar o valor da Bolsa Família e negar medicamentos aos usuários do SUS, entre sonegar recursos para o transporte escolar, e aumentar a participação dos municípios no FPM.
Mas a pesquisa do Dataulbra traz outros elementos negativos a respeito do ‘novo modo de governar’. O instituto perguntou: “Pensando nos compromissos de campanha da Governadora Yeda Crusius, e nas ações dos seus primeiros três meses de governo, o(a) sr(a) diria que Yeda está cumprindo suas promessas de campanha ou não?”. Os resultados foram os seguintes:
Isto quer dizer que a diferença entre os que consideram que a governadora não está cumprindo com os compromissos assumidos, e os que entendem que ela está cumprindo, que era de 13,1% no final de janeiro, passou para 27,2% no início de abril,ou seja, a diferença dobrou.
Outro sinal do crescente descrédito em relação ao governo de Yeda Crusius é obtido pelos resultados a seguinte pergunta: “Pensando no futuro da administração de Yeda Crusius você diria que acredita em bom governo ou não?”. Em janeiro, a diferença entre os que diziam acreditar e os que não acreditavam era de 21,1%. Agora, no início de abril, esta diferença foi invertida.
Hoje o percentual de eleitores que não acreditam em bom governo superou o de eleitores que acreditam em 3,4%.
Levando em consideração que a área na qual a população entende que o governo estadual está tendo a melhor atuação - a segurança - vive hoje uma crise que pode levar à substituição do secretário, podemos dimensionar os problemas que o Governo Yeda terá de enfrentar no próximo período.
Nenhum comentário:
Postar um comentário