Agricultura Orgânica: escolha que beneficia a saúde de quem planta e de quem come
Prefeitura Municipal de Sapiranga
É comum, nos dias de hoje, notar uma grande preocupação de parte da população quanto aos alimentos ingeridos no dia a dia. A alimentação saudável é vista por muitos como uma fuga contra a obesidade e problemas de saúde, sendo ainda um fator que pode aumentar significativamente a qualidade de vida. Estudiosos afirmam também que os cuidados com a alimentação “dão anos a mais” para a vida das pessoas.
Entre afirmações e dúvidas, um certo tipo de produção alimentar vem crescendo em Sapiranga aos longos dos anos. A agricultura orgânica é a forma utilizada por pelo menos sete produtores da cidade para cultivar os seus produtos sem o uso de agrotóxicos, adubos químicos e outras substâncias tóxicas, tão comuns em produtos encontrados no mercado alimentício. A ideia é evitar a contaminação dos nutrientes e do meio ambiente, criando ecossistemas mais equilibrados. Outros cinco produtores do município já estão em processo de cadastramento e análises, com o objetivo de também ingressarem no sistema.
Vinculados a uma Organização de Controle Social (OCS), os agricultores dependem da confiança entre si e do cumprimento de regras na produção, estabelecidos pelos sistemas de controle da qualidade da área. Em Sapiranga, os produtores estão cadastrados no núcleo chamado de Orgânicos Encosta da Serra Sul (OESul) – OCS Ferrabraz. A organização Sementes da Vida, juntamente com a Emater/RS, ficam responsáveis pelo suporte técnico e acompanhamento da certificação orgânica dos produtores para venda direta ao consumidor.
O atrativo para manter os produtores orgânicos na ativa são os preços praticados no produto, que em algumas situações chegam a ser valorizados em 30%, pelo formato de produção empregado, sem agrotóxicos.
Alimentos orgânicos: mais qualidade de vida
Quem mais ganha com a agricultura orgânica, no entanto, são as famílias da cidade, que levam para as suas mesas a extração máxima de nutrientes oferecidos pelo alimento. Os gêneros agrícolas ainda são disponibilizados para toda a rede pública de ensino de Sapiranga, através de parceria com a Prefeitura Municipal (atualmente são 22 mil alunos da rede municipal e estadual que recebem a merenda escolar com 35% dos produtos orgânicos). E é claro, o agricultor que manuseia diariamente com o alimento, também fica livre de doenças causadas por agrotóxicos. A saúde, portanto, chega para quem planta e para quem come.
Conforme o diretor da Emater de Sapiranga, Mateus Farias de Melo, restaurantes, mercados e locais alimentícios também têm procurado com maior frequência os produtos orgânicos. Melo ainda afirma que a produção é disponibilizada por alguns expositores da Feira do Agricultor, localizada no centro da cidade. Ele aponta que, de acordo com pesquisas, o custo-benefício do produtor orgânico é melhor do que o produtor convencional. Entre os principais nutrientes orgânicos produzidos no município estão a cenoura, alface, rabanete, moranguinho, brócolis, berinjela, beterraba e feijão. Os produtores orgânicos encontram-se espalhados pela área rural de Sapiranga.
“Acredita-se que os alimentos orgânicos apresentem maior valor nutricional, especialmente no que diz respeito aos sais minerais, pois são produzidos em solo mais rico e equilibrado em nutrientes. Apesar de todas as variações existentes em nossa dieta nos dias atuais, as deficiências de nutrientes são comuns e em consequência disso aumentam as doenças carenciais e os problemas para a saúde humana”, afirma Gabriela Baum Thomas, formanda em Nutrição da Unisinos.
O exemplo começa pela alimentação saudável da própria família
Ele é produtor orgânico há sete anos e tem a certeza de que fez a escolha certa. Jair Camilo, 42 anos, começou na produção convencional (com uso de agrotóxicos), mas foi na agricultura orgânica que encontrou diversas vantagens. Entre elas, a alimentação saudável da própria família, que consome os produtos orgânicos fresquinhos, colhidos da área onde planta.
Produtos orgânicos são a fonte de renda de Jair Camilo, que também os utiliza para a alimentação da própria família
Camilo se diz satisfeito com a venda dos produtos na cidade e garante que, caso produzisse mais, venderia tudo. “A procura por alimentos orgânicos têm sido cada vez maior. As pessoas estão buscando a cada dia uma alimentação mais saudável. Portanto, penso em ampliar a minha produção em breve”, afirma. Fatores como, não estar lidando com agrotóxicos e poder ajudar na alimentação correta de crianças nas creches e escolas da rede municipal, são motivos de felicidade para o agricultor, que trabalha sete dias por semana, produzindo alface, rúcula, tomate, rabanete e outros.
Mas a maior convicção de Jair Camilo é outra. Ele sabe que o trabalho que realiza serve de exemplo para um mundo melhor.
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