Tarso: “Queremos terminar com a pobreza absoluta no RS até 2014″
No debate entre os candidatos ao governo do Estado do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira à noite na Rede Bandeirantes, o candidato Tarso Genro arrasou. Defendeu o governo Lula, o crescimento para o estado no mesmo ritmo do país, que deverá ser de até 7% no próximo ano. O Rio Grande, disse Tarso, não está acompanhando o crescimento do país. Isto é visível nas ruas de Porto Alegre, onde 1200 pessoas dormem nas calçadas, enquanto o país retira 20 milhões de pessoas do nível de pobreza. “Nós queremos que em 2014 tenhamos terminado com a pobreza absoluta no Rio Grande do Sul”, pontuou.
Cobrou do candidato Fogaça clareza sobre suas posições. Afinal, ele é oposição ou governou junto com Yeda Crusius? É do PMDB a Secretaria Estadual da Saúde e o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que menos investe no setor. E diferenciou a política econômica de Lula e a de seu antecessor, FHC, este defendido por Fogaça. “Com Lula, a União investiu no crescimento econômico e abandonou seu papel meramente de policial do modelo neoliberal de FHC”. Acompanhe trechos do que rolou na Band.
Infraestrutura
A primeira intervenção de Tarso foi para responder ao jornalista João Garcia sobre investimento em infraestrutura do estado. Tarso disse que o Brasil poderá ser a quinta economia do mundo em oito a dez anos. O país vai realizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas e já é o país do presente que cresce e distribui renda. O Rio Grande do Sul deve acompanhar esse ritmo de crescimento do Brasil. “A União hoje já investe R$ 2,7 bilhões em infraestrutura, no ano que vem a economia do estado vai crescer sem aumento de impostos e teremos o saneamento das finanças. A infraestrutura deverá acompanhar esse crescimento, com a ferrovia Norte-Sul, a a Hidrovia do Mercosul. Os aeroportos já estão incluídos no elenco dos investimentos para a Copa do Mundo”, salientou.
Saúde
Tarso abordou a questão da saúde em dois blocos seguidos. Ao questionar o candidato Montserrat Martins, Tarso citou o ministro da Saúde José Gomes Temporão, que diz que o Rio Grande do Sul é o estado que menos aplica em saúde no país. “Estamos (o Estado) em dívida com a saúde”. Montserrat disse que o Estado está terceirizando o atendimento e não tem uma política integrada, de rede, para a saúde. Tarso disse que para acabar com a ambulancioterapia são necessários vários níveis de atendimento: a Unidade de Pronto Atendimento, seguida dos hospitais regionais. “É fundamental o atendimento espalhado no território para acabar com a ambulancioterapia”, apregoou.
No bloco seguinte, questionado por Pedro Ruas sobre a posição com relação à Emenda Constitucional 29, em tramitação no Congresso Nacional, Tarso informou que a emenda que faz a separação entre os orçamentos da saúde e o de sanemanto básico tem o apoio da ampla maioria do Partido dos Trabalhadores, mas ainda não foi aprovada porque não obteve a maioria no Congresso. Ele defendeu a aprovação da emenda e reafirmou a necessidade de atendimento em saúde em quatro níveis: primeiro o básico nos locais de moradia; depois, em um segundo nível, os atendimentos de emergências e urgências, os hospitais de média complexidade regionais, como o que está sendo construido em Palmeiras, até chegar no quarto nível, de atendimento mais especializado, de grande complexidade.
Fogaça é ou não é do governo Yeda?
Tarso questionou o posicionamento do candidato Fogaça sobre a fala de Yeda, que alegou ter herdado a corrupção do governo anterior, de Germano Rigotto. Mas o PMDB permanece no atual governo do estado, inclusive com a pasta da Saúde. Fogaça defendeu a integridade do governo Rigotto e tentou atribuir a Tarso as palavras de Yeda. Ao que Tarso Genro lembrou a Fogaça que ele estava respondendo a Yeda Crusius, que atribui seus problemas de corrupção ao governo de Rigotto. “O senhor está respondendo à governadora e não a mim, eu ajudei Rigotto em um momento muito difícil”, e cobrou de Fogaça uma posição: se é oposição ou situação a Yeda. “Essa explicação o senhor (Fogaça) deve à sociedade”.
Desenvolvimento
Questionado por Aroldo Medina, Tarso Genro defendeu um estilo tributário que combata as desiguldades regionais e “estimule a base produtiva existente no estado, que é rica e não recebe o apoio necessário”. Tarso disse que tanto os fomentos da Caixa RS como do Banrisul não dão o apoio necessários ao desenvolvimento da base produtiva gaúcha. “Não há desenvolvimento social sem desenvolimento econômico”,frisou. Ele observou que os efeitos dessa política nefasta estão nas ruas de Porto Alegre. Hoje, são 1.200 moradores de rua. Enquanto no país 20 milhões saem dos índices de pobreza, em Porto Alegre 1.200 brasileiros estão dormindo embaixo das marquises.
Tarso questionou Carlos Schneider sobre o desenvolvimento regional. “O Brasil vai crescer no ano que vem entre 6,5% e 7%. O que fazer para o RS crescer no mesmo ritmo do Brasil?”. Schneider falou sobre o retorno dos impostos. Tarso, na réplica, defendeu o estímulo às microempresa para o desenvolvimento e, da mesma forma como fez o governo Lula em âmbito nacional, apostar nas cadeias produtivas do RS, na cadeia metalmecânica, moveleira, vitivinícola, no Vale dos Sapateiros, associada à politicas de inclusão social e educacional para o Rio Grande do Sul crescer no ritmo do Brasil.
Controle social e meio ambiente
Questionado sobre a proposta de um Conselho Gestor da Educação, Tarso ponderou que uma esfera pública de controle da sociedade sobre o Estado pode ser assimilada. Na questão ambiental, Tarso disse que é necessário resolver a situação da FEPAN, que precisa de pelo menos mais 200 funcionários, além de intervir duramente no Código Florestal para o RS fazer a disputa internacional, global, já que as próximas barreiras internacionais serão ambientais. O Código Florestal não leva em consideração a riqueza da agricultura familiar, uma das características do Rio Grande do Sul . No final do bloco, Tarso tornou a defender a democracia participativa como uma grande contribuição positiva para o avanço democrático da sociedade.
No bloco sobre tema livre, Fogaça escolheu Tarso Genro para questionar sua posição sobre as contas públicas e investimentos. Tarso lembrou que vem de sete anos de governo Lula, que tirou o país da estagnação, do atraso, e de uma visão em que o Estado não poderia fazer investimentos, apenas ter a função policial. “O presidente Lula mostrou que é preciso ter rigidez fiscal, mas não podemos travar o desenvolvimento, uma coisa está ligada à outra, o desenvolvimento social é que gera a riqueza”, afirmou, acrescentando que “nós investimos (o governo Lula), crescemos com sobriedade e responsabilidade fiscal”.
Na réplica, Fogaça defendeu a política econômica aplicada por Fernando Henrique Cardoso e disse que Lula a tinha mantido. Tarso discordou veementemente: “Lula não manteve a política monetária do governo anterior. Usou rigidez, mas fez o contrário. Colocou o Estado para induzir o desenvolvimento, colocou o Banco do Brasil para incentivar a economia”. E concluiu sobre a intervenção de Fogaça: “Essa visão (de Fogaça) é de oposição (ao governo Lula), mas que quer pegar uma carona com o presidente que tem 80% de aprovação”.
No mesmo bloco, Tarso perguntou qual a opinião do capitão Medina sobre o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Medina reconheceu que o Pronasci tem atingido seus objetivos ao remunerar melhor os policiais, conceder Bolsa Formação e incentivar a realização de cursos. Na réplica, Tarso disse que a Bolsa Formação é paga a mais de 14 mil policiais gaúchos e defendeu que no RS o benefício seja incorporado aos salários dos policiais. “Temos o compromisso de integrar esse valor da Bolsa Formação ao básico do policial militar para atingir um piso salarial digno para os policiais”. Medina, na réplica, defendeu o pagamento do Bolsa Copa para todos policiais.
Nas considerações finais, Tarso Genro disse que os gaúchos e as gaúchas gostam de pessoas com posição. “Nós representamos a Unidade Popular pelo Rio Grande, representamos o presidente Lula e defendemos a Dilma como presidente, o Paim e a Abgail para senadores”. Defendeu, ainda, segurança para as pessoas, o Rio Grande do Sul crescendo no ritmo do Brasil, distribuindo renda e acabando com a desigualdade social. “É um bem que teremos para o Rio Grande”.
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