Não foi exatamente amigável o clima da conversa entre a governadora Yeda Crusius (PSDB) e a ex-secretária do Meio Ambiente, Vera Callegaro, que decidiu a demissão desta última. A ainda então secretária alimentava a ilusão de que o pior havia passado e que poderia permanecer a frente da pasta, depois que Yeda Crusius afirmou que a decisão de sair ou não era de Callegaro. A ex-secretária não deve ter visto muitos filmes sobre o Império Romano quando, a alguns condenados, era dado o direito de escolher a forma da morte. Achou que a governadora estava falando sério e decidiu ficar. Não era essa vontade de Yeda, o que motivou uma nova conversa, desta vez em linguagem direta, sem metáforas. A conversa, em uma reconstituição ficcional, foi mais ou menos assim:
- Quero que tu te demitas!
- Olha, Yeda. Sem mágoas, mas você está louca.
Silêncio no Palácio. Ao fundo, um vulto esconde-se rapidamente atrás da cortina. No dia anterior, a governadora havia puxado o “Parabéns a Você” no aniversário da amiga. Um dia depois, estava pedindo sua cabeça. Mais uma vez. Desta vez, sem rodeios e sem usar uma linguagem enigmática que a amiga secretária não entendia. A conclusão foi simetricamente oposta à clássica frase final de “Casablanca”: foi o fim de uma grande amizade.
Rah sugere uma visita ao blog de Luis Nassif, que dedicou um post, intitulado "Yeda, a Bela", à governadora do Rio Grande do Sul:
"Quinze anos é bom tempo de aprendizado, para quem consegue aprender. Mas, desde o governo Itamar, tinha a impressão de que a então Ministra do Planejamento Yeda Crusius casava impulsividade com falta de tato e de semancol. Na época, ela deu de atropelar diariamente o Ministro da Fazenda Paulo Haddad. Dava declarações todo dia, sobre temas de responsabilidade de Haddad, em uma ansiedade para aparecer que contrariava as boas normas de convivência com seus pares. Critiquei em uma coluna. Ela me telefonou e candidamente me disse: "Que culpa tenho de ser alta, bonita e inteligente?" Nenhuma, Ministra, nenhuma. Agora, como governadora do Rio Grande do Sul, pelas notícias de jornal continua presa ao estilo. Anúncios tonitruantes e, depois, falta de estratégia política e de clareza sobre o que fazer".
Nenhum comentário:
Postar um comentário