Vista bem lá do alto, a Rodovia do Parque já está ganhando suas formas
Distante dos olhos de quem passa diariamente pela BR-116, as obras da BR-448 avançam em bom ritmo, mesmo em meio à crise no Dnit.
BR-448 Jornal NH/ABC Domingo
07 de Agosto de 2011
Gabriel Guedes/Da redação
Foto: Belfoto/Consórcio Ger. BR-448/Divulgação
Rio Grande do Sul - A Rodovia do Parque (BR-448) por enquanto é uma obra quase invisível aos olhos daqueles que passam pela saturada BR-116 entre Novo Hamburgo e Porto Alegre. Mas um sobrevoo, como o realizado em julho pelo consórcio gerenciador da obra, é suficiente para notar que a nova ligação entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre está evoluindo consistentemente. Mesmo com a crise no Ministério dos Transportes, com foco no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo o ministro dos Transportes, Sérgio Passos, cerca de 35% da estrada está concluída. Mas é preciso ficar atento.
Os 22,34 quilômetros estão sendo empreendidos a partir do zero, em campo aberto, e deverão estar prontos em 2013. O traçado atravessa áreas alagadiças do Rio dos Sinos, ocupadas por lavouras de arroz, matas e moradias. Quem passa pela BR-116 em Sapucaia ou BR-290 em Porto Alegre, onde há intervenções, mal nota o porte da obra em andamento. As fotos aéreas obtidas pelo ABC, porém, dão uma boa ideia da grandiosidade da obra que se agiganta ao oeste da BR-116.
... e também vista do chão
A pavimentação da BR-448 já começou. Do chão, desde meados de julho dá para ver máquinas no primeiro trecho preparado para ser asfaltado, localizado no Lote 2, entre os quilômetros 13,84 e 14,44, em Canoas. São os primeiros 600 metros de uma nova frente de trabalho, que entra com outras já em operação.
Por exemplo, o Lote 3 está focado na construção da ponte estaiada sobre o Rio Gravataí e nos viadutos de acesso a Canoas e da BR-290. No canteiro de obras, a fabricação de vigas e lajes de concreto não para dia e noite. No Lote 1 há serviços de terraplenagem e obras de arte especiais ao longo de toda a sua extensão.
Ao final, em 2013, com a BR-448 pronta, a rodovia terá na ponte estaiada, junto com a elevada de 2,6 quilômetros, um dos maiores feitos da engenharia na América Latina, segundo o Dnit. É apenas um exemplo do tamanho e da complexidade desta obra.
Apreensão com trecho da Vila Dique
De acordo com informações do Dnit, a obra está dentro do cronograma. O segmento mais preocupante é o da Vila Dique, em Canoas. O trecho em elevada depende do reassentamento de 599 moradias, o que custará R$ 30 milhões. O Dnit e a prefeitura estão aprontando a vila de passagem. Mas o Lote 3 pode parar.
A Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer opinando que o Dnit não pode construir casas e nem repassar recursos com este fim, da alçada do Ministério das Cidades, mesmo em razão de obra rodoviária.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, esteve em Brasília na sexta-feira. No Ministério dos Transportes falou com o secretário-executivo, Miguel Masella, e no Planejamento, com a assessoria técnica. Também esteve em audiência na AGU. “Conseguimos liberar a primeira licitação de 256 apartamentos. Em 15 dias devemos ter a liberação do primeiro lote de casas para a Vila Dique.”
...e, por fim, vista do Sinos
A Rodovia do Parque proporcionará uma nova relação das pessoas, em especial moradores da Grande Porto Alegre e Vale do Sinos, com o Rio dos Sinos. Em alguns pontos, o manancial ficará a menos de 200 metros, como no bairro Mathias Velho, em Canoas. Com essa proximidade e com o auxílio de uma embarcação também é possível conhecer a obra mais de perto.
Conforme informações do Dnit, não há programa de visitação à obra. As visitas são específicas e direcionadas aos órgãos fiscalizadores, aos técnicos da autarquia federal e à própria imprensa.
No entanto, apesar do distanciamento dos olhos da população, o superintendente do Dnit no Estado, Vladimir Casa, diz que de forma alguma há desmotivação de trabalhadores e técnicos envolvidos. “É uma obra que segue o ritmo esperado, o que acredito ser um motivador para toda a equipe”, avalia.
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