3.8.07

LULA, Ranhura, ou "Grouwin", Piloto, Pista, Chuva, TAM, AIRBUS ... ... ...

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O choro é necessário, a tristeza deve estar presente.
Mas, fazer o que essa elite podre do país em conjunto com inescrupulosos da mídia brasileira fizeram com o acidente IJ 3054 da TAM no dia 17 de julho é realmente inaceitável.
É mais um episódio para ficar na história do Brasil de como não se deve ser brasileiro de fato.
Acho que temos que terminar as investigações do assunto para mais tarde colocarmos os pontos nos iis.
Abaixo tem um texto do jornalista Luis Nassif em que fala da insensatez com que o assunto foi tratado.
Acesse: LUÍS NASSIF On Line

01/08/2007 08:19

A marcha da insensatez
Coluna Econômica
Essa atoarda da chamada grande mídia em relação à situação do país está extrapolando os limites do razoável.
Faço parte do grupo de analistas que julga que o país está perdendo a maior oportunidade da história. Falta plano de vôo, pensamento estratégico, sucumbiu-se aos desígnios do mercado, deixou-se iludir e não se aproveitaram as oportunidades extraordinárias trazidas pelo boom da China.
Mas não é disso que os grandes jornais se queixam. Pelo contrário, têm aprovado incondicionalmente essa política econômica que permitiu aos detentores de capitais, nesse primeiro semestre, um dos maiores ganhos da história, e que continuou consumindo parcela expressiva do orçamento público em detrimento dos investimentos.
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No entanto, desde o acidente com o avião da TAM - que, ao que tudo indica em decorrência de problemas técnicos e/ou falha humana - parece que nada funciona no país. Como assim?
É facílimo manipular a opinião pública, ainda mais quando se juntam veículos com poder de mercado.
Se se quiser medir o poder de manipulação da informação, montem-se dois grupos de leitores. Alimente-se o primeiro com noticiário exclusivamente negativo. Não precisa ir muito longe. Se um brigadeiro diz que a pista de Cumbica está ruim, e todas as associações de pilotos e usuários dizem que não, dê destaque apenas à declaração do brigadeiro. Em cada Ministério será possível encontrar falhas que, colocadas em manchetes, joguem quaisquer méritos para segundo plano.
Ao segundo grupo, forneça apenas notícias positivas. Fale dos superávits da balança comercial, como se nada tivesse a ver com efeito-China. Celebre a apreciação do câmbio, como se fosse sinal de saúde da economia. Mostre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o PAC da Tecnologia, o PAC da Saúde, o PAC da Educação. Destaque os recordes sucessivos do setor imobiliário, o bom desempenho da indústria de máquinas e equipamentos, e esconda todos os setores que estão sendo dizimados pelo câmbio.
O primeiro grupo achará que tudo está perdido e o segundo que o país está à beira do paraíso. Toda essa diferença em cima de uma mesma realidade, valendo-se apenas do poder de manipulação da informação.
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Quando se tem equilíbrio, se mostra o certo e o errado, passa ao leitor objetividade e, ao governo, pressão certa. Analisa-se um problema localizado e cobra-se a sua solução.
Quando se cria essa zorra em que, aparentemente, nada funciona, a intenção não é resolver nada. Ao leitor desnorteado por tantos problemas apresentados simultaneamente, sem nenhuma proposta de solução, a única alternativa que ocorre é mudar tudo. Como? Pedindo a cabeça do responsável maior pelo suposto caos: o Presidente da República.
Aí se geram dois efeitos simultâneos, ambos radicalizantes. De um lado, um público indignado, querendo a cabeça do presidente. Do outro, um público indignado, querendo o fígado da mídia.
Pior: quando a crítica ao Lula extrapola e assume ares de campanha sistemática, desarma todas as críticas relevantes que deveriam ser feitas aos inúmeros problemas reais que existem na administração pública.
Até onde irá essa marcha da insensatez, não sei.

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