21.7.11

São Leopoldo é pioneira no desarmamento

São Leopoldo é pioneira no desarmamento
Na tarde desta quinta-feira, 14 de julho, no plenário da Câmara de Vereadores, foi realizada a solenidade de oficialização do Comitê Municipal São Leopoldo por um Brasil sem Armas. O ato contou com a assinatura de entidades da sociedade civil leopoldense, autoridades policiais e municipais. O prefeito Ary Vanazzi destacou a formação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) em 2005, integrando todas as instâncias policiais e secretarias do governo municipal. “No começo, não foi fácil. Mas hoje temos a convicção de que foi o melhor que poderíamos ter feito em prol da segurança pública”. O prefeito frisou que é preciso coragem para lançar uma campanha como essa porque a consciência das pessoas precisa ser modificada. “Tivemos aqui em São Leopoldo as duas maiores fábricas de armas do país (Rossi e Taurus), que empregavam em torno de seis mil pessoas e cujo prêmio dado ao funcionário mais eficiente muitas vezes era uma arma no final do ano”. Vanazzi lembrou que São Leopoldo sempre foi conhecida como a cidade com maiores índices de homicídios no estado e uma das maiores do país. “Mas graças ao esforço conjunto e às políticas sociais criadas, conseguimos reduzir muito estes índices”. Para ele, a arma não traz segurança para ninguém. “O cidadão comum precisa ter a arma da paz, da paciência e do diálogo. Apesar das críticas, não podemos nos curvar e desistir. Nosso papel é construir uma cidade mais humana, mais fraterna e mais justa.

NÚMEROS - O secretário-adjunto de Segurança Pública do RS, Juarez Pinheiro, frisou o pioneirismo de São Leopoldo. “É a primeira cidade que se engaja de maneira efetiva na campanha do desarmamento que aqui no estado é organizada pelo Comitê Gaúcho por um Brasil sem Armas”. Pinheiro disse que nas campanhas anteriores o comitê arrecadou mais de 40 mil armas. “O Brasil tem uma média de 51 mil homicídios ao ano. De 1998 a 2008, o RS teve um aumento de 30% neste índice, chegando a 21,8 para cada cem mil habitantes, o dobro considerado aceitável pela Organização das Nações Unidas (ONU)”. O secretário-adjunto anunciou o incremento, a partir desta sexta-feira, 15 de julho, de mais 213 postos de recolhimento em batalhões e companhias de Polícia Militar e delegacias da Polícia Civil em todo o RS. “Tínhamos apenas 13 postos até aqui, sob a coordenação da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana”.
A secretária municipal de Segurança Pública de São Leopoldo, Eliene Amorim, destacou que a “ousadia da administração municipal mostra uma cidade entrelaçada e organizada com políticas sociais que promovem segurança pública com cidadania”. Para ela, uma arma fora de casa contribui em muito para a segurança dos jovens. Eliene frisou que a “arma” do município são as políticas públicas nas diversas áreas. “Através do nosso comitê gestor vamos dizer que não queremos mais violência e que queremos que a justiça e a paz reinem como um rio em nossa cidade”.
Participaram da atividade o integrante da ONG Serpaz, Ronaldo Mourda, a representante da Central Única das Favelas (Cufa), Ivanete Pereira, além de secretários municipais, vereadores e diversas autoridades policiais. No final do ato, as entidades e as autoridades aderiram, por meio de assinatura, ao Comitê Municipal.
SAIBA MAIS - O lema da Campanha Nacional do Desarmamento 2011 é Tire uma arma do futuro do Brasil. Ela integra o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do governo federal.
A campanha deste ano tem alguns diferencias: garante o anonimato, o ressarcimento de R$ 100,00 a R$ 300,00, conforme o calibre, de 24h até 30 dias após a entrega diretamente no Banco do Brasil e a inutilização imediata da arma na frente do cidadão. Devido a isso, a entrega espontânea em todo o país e principalmente no Rio Grande do Sul tem sido grande.
As instituições que aderiram ao Comitê Municipal São Leopoldo por um Brasil sem Armas são as seguintes: CDC/PLP, ONG Isaura Maia, Associação de Moradores do Bairro Feitoria, Associação de Moradores do Bairro Cristo Rei, ONG Serpaz, Gêneses, Guayí, Instituto Espaço Virtual, Comen e Cheche Vovó Maria, além do Pronasci, da Polícia Federal, Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Civil Municipal.

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