31.5.10

CASO FORD Justiça condena montadora a indenizar o Estado do RS Share Clarissa Pont

CASO FORD
Justiça condena montadora a indenizar o Estado do RS 
Clarissa Pont
A ação ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a Ford Brasil Ltda recebeu sentença favorável, condenando a empresa a indenizar o Estado e reconhecendo o rompimento contratual por parte da montadora. O maior imbróglio vivido pelo mandato de Olívio Dutra como governador toma, a partir da decisão judicial, de dezembro de 2009, nuances distintas em relação à época da saída da Ford do estado e sua instalação na Bahia. Já houve apelação por parte da empresa e a decisão, portanto, não é definitiva.
No documento ao qual Sul 21 teve acesso, o Estado alega que havia celebrado com a Ford um contrato de implantação de indústria, acompanhado de 49 anexos, em data de 21/03/1998. Havia também um contrato de financiamento com o Banrisul, disponibilizando à empresa a quantia de R$ 210.000.000,00, liberado em três parcelas, de acordo com cronograma acordado entre as partes.
Na época, o governo noticiou que a primeira parcela havia sido liberada, ficando o acesso às demais condicionada à comprovação da vinculação dos gastos das parcelas anteriores à execução do projeto. Diz a ação que o Estado, no início de 1999, frente ao conjunto de obrigações assumidas no contrato, procurara, amigavelmente, rever algumas cláusulas que considerava nulas e prejudiciais ao patrimônio público.
Ainda segundo o documento, no final de março de 1999, a montadora estava ciente de que deveria prestar contas, e apresentou grande quantidade de documentos e um rol de alegados gastos com o programa Amazon, relativos ao período de julho de 1997 a março de 1999, os quais foram remetidos à contadoria da Auditoria Geral do Estado (CAGE), que concluiu que a comprovação era insuficiente. Antes mesmo da conclusão dos trabalhos da CAGE, a Ford já havia se retirado do empreendimento por iniciativa própria, anunciando a ida para a Bahia, sem encerrar tratativas oficiais com os representantes do Poder Público Estadual no RS.
“A Ford, consoante supramencionado, quando notificou o Estado de que estava desocupando a área onde seria implantada a indústria e sustentou, equivocadamente, o descumprimento do contrato pelo Estado que negava-se a repassar a segunda parcela do financiamento, indiscutivelmente tornou-se a responsável pela rescisão contratual. Diz-se equivocadamente, porque estava o Estado amparado nas disposições contratuais quando negou o repasse da segunda parcela do financiamento, em face da já mencionada pendência da prestação de contas pela FORD, daqueles valores repassados, concernente à primeira parcela do financiamento”, diz o documento.
Segundo matéria do jornalista Fredi Vasconcelos publicada na Revista Fórum em 2008, o custo da disputa para tirar a fábrica do Rio Grande do Sul vinha sendo revelado aos poucos, já que as negociações foram secretas, sem nenhuma participação da sociedade. O contrato original fechado pela Ford com o então governador Antonio Britto para a construção da fábrica previa o repasse de 419 milhões de reais (234 milhões em obras de infra-estrutura, 185 milhões em financiamento de capital de giro e concessão de créditos de ICMS). Algo parecido com os incentivos dados para a fábrica da General Motors, que acabou sendo construída no Rio Grande do Sul.
Quem levou a Ford para a Bahia?
O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. O Jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmou: "O fato porém, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis"; e: "para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste". Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.
O jornal Gazeta Mercantil também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão na época pela oposição ao governo de Olívio Dutra, de que ele era o responsável pela perda da montadora não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato.
O então secretário de governo José Luiz Moraes, que participou das negociações de revisão dos contratos, disse na época que desde o início a Ford foi intransigente. “No primeiro encontro, o negociador designado já chegou dizendo que não estava autorizado e não tinha delegação para conversar”, declarou à época em entrevista ao jornal Extra Classe. Moraes, que faleceu em março de 2009, revelou que na proposta final do Rio Grande ficavam mantidos os incentivos fiscais e investimento de 70 milhões de reais em recursos, mais 85 milhões em obras, o que daria cerca de 255 milhões de reais. Além de 75 milhões que seriam investidos no porto de Rio Grande. Moraes afirmava também que o desinteresse da Ford se deveu muito à mudança do mercado brasileiro, em que havia a perspectiva de produzir e vender de 3,5 milhões a 4 milhões de carros, o que não aconteceu.
Leia abaixo trecho do documento:
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a Ação Ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a FORD Brasil Ltda. para o efeito de DECLARAR RESCINDIDO o contrato celebrado entre as partes objeto da presente demanda, por inadimplemento contratual da ré e CONDENAR a ré na restituição ao autor dos seguintes valores:
R$ 42.000.000,00 ( quarenta e dois milhões de reais), que deve ser corrigido pelo IGPM a contar de 23/03/1998 e acrescido de juros legais de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data, do qual deve ser abatido o valor de R$ 6.349.768,96 ( seis milhões, trezentos e quarenta e nove mil, setecentos e sessenta e oito reais e noventa e seis centavos), atualizado pelo IGPM a contar de 1º/11/2001;
R$ 92.100.949,58 ( noventa e dois milhões, cem mil, novecentos e quarenta e nove reais e cinquenta e oito centavos), a ser corrigido pelo IGPM a contar da data de cada apropriação conforme planilha apresentada pelo perito contábil na fl. 2089, e acrescido de juros legais de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data; e R$ 32.989,60 ( trinta e dois mil, novecentos e oitenta e nove reais e sessenta centavos), atualizado pelo IPGM a contar da data do ajuizamento do pedido e acrescido de juros legais de de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data.
Considerando a sucumbência recíproca, arcará o autor com as custas no percentual de 10% e a ré, com o restante.
Condeno, ainda, o autor, no pagamento de honorários advocatícios em favor do procurador da ré, que fixo em R$ 5.000,00 ( cinco mil reais), e a ré, no pagamento de honorários advocatícios ao procurador do autor, que arbitro em R$ 35.000,00 ( trinta e cinco mil reais), observada a natureza da causa, o tempo que tramita o feito e o trabalho desenvolvido, com compensação.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2009.
Lílian Cristiane Siman,
Juíza de Direito

Veja aqui a ÍNTEGRA DA DECISÃO


Veja o que a RÁDIO GAÚCHA divulgou sobre o assunto:

26.5.10

SÃO LEOPOLDO - Loteamento Padre Orestes recebe R$ 1 milhão em investimento social

Loteamento Padre Orestes recebe R$ 1 milhão em investimento social
Loteamento Padre Orestes terá ampla Rede Assistencial

São Leopoldo - As famílias que removidas da Vila dos Tocos, por onde passará o Trensurb, para o Loteamento Padre Orestes terão uma nova transformação em suas vidas.
A Prefeitura Municipal de São Leopoldo assinou ontem, 24, a ordem de início para construção de duas sedes sociais no local: o Centro de Atendimento à Comunidade e a sede da Associação Meninos e Meninas de Progresso (AMMEP). A primeira com um investimento de R$ 563.729,01. Na AMMEP serão aplicados R$ 499.998,05.
A coordenadora da AMMEP, Maria José de Lourdes, considerou a assinatura uma conquista da comunidade. “Para nós é gratificante ter uma sede própria. Completamos 10 anos de trabalho e ainda não tínhamos um local próprio”. Após interromper a fala por causa do choro, acrescentou: Finalmente teremos um espaço adequado para atender de forma adequada as famílias.”
O prefeito Ary Vanazzi ressaltou a importância que da assistência social para as famílias. “É preciso que haja um acompanhamento que facilite a adaptação dos moradores. A Prefeitura se preocupou não só com o terreno, mas com a infraestrutura. Lá se encontra área de lazer, escola, posto de saúde, espaço para centro comunitário. Tudo isso se completa com o trabalho das entidades em integrar e cuidar das pessoas”, afirmou. A previsão para o início das obras é de cinco dias úteis a contar da data da assinatura.

Picada Café - PROJETOS APROVADOS DA SESSÃO DO DIA 25 DE MAIO DE 2010

PROJETOS APROVADOS DA SESSÃO DO DIA 25 DE MAIO DE 2010


Sessão realizada da Sociedade União Canelinha de Quatro Cantos
A sessão ordinária desta Terça-Feira, que contou com a presença de todos vereadores, onde foram aprovados dois projetos em em regime de urgência/urgentíssima.

- PROJETO DE LEI Nº 035/2010 - que trata de contratação temporária/emergencial de excepcional interesse público de um Operário, esta contratação justifica-se com a licença para tratamento de saúde do servidor Adão Nascimento de Carvalho, a partir do dia 07 de abril próximo passado e já prorrogado até 13 de julho sem previsão de seu retorno. A vigência será a partir da contratação até o prazo máximo de um ano, podendo ocorrer a rescisão antes deste prazo com o retorno do servidor licenciado.

- PROJETO DE LEI Nº 036/2010 - que autoriza conceder à Empresa Neidas Consultoria e Fomento Mercantil Ltda., os incentivos constantes do Artigo 1º, da presente Lei, após atendidas as exigências constantes da Lei Municipal nº 0947/2006. A Neidas Consultoria e Fomento Mercantil Ltda., que tem como ramo de atividade assessoria e consultoria nas áreas financeira, econômica e de custos tanto para a indústria como para o comércio, serviços de factoring e fomento mercantil, de incorporação, administração, construção, compra e venda de imóveis em geral e serviços de transportes (transportadora) é uma empresa do grupo Rincão, estabelecida no Bairro Joaneta, neste Município, há mais de quinze anos, gerando hoje aproximadamente 200 empregos diretos e 100 indiretos, sempre atuando em ações sociais que visam o crescimento da comunidade. Os proprietários esperam ver concretizado ainda no corrente ano de 2010 o presente projeto de instalação (construção) de sua nova unidade industrial, que de imediato atingirá 210 empregos diretos e com forte aumento nas atividades indiretas locais que causará um impacto econômico considerável na economia de Picada Café.

25.5.10

São Leopoldo inicia construção de mais 290 moradias

São Leopoldo inicia construção de mais 290 moradias

Mais 290 casas em construção
Na tarde desta segunda-feira, 24 de maio, no gabinete do prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, foi assinada a ordem de início para a construção de 290 moradias que integram o PAC Arroios da Manteiga e Cerquinha. A obra tem prazo de início em até cinco dias úteis após o dia 31 de maio e será executada pela Baliza Empreendimentos Imobiliários, vencedora da licitação.
Vanazzi destacou que, quando assumiu a administração no seu primeiro mandato, em 2005, foi informado da existência de ações de despejo contra moradores das margens dos arroios Kruse, da Manteiga e Cerquinha. "Até ali, a política habitacional funcionava para cumprir a lei, ou seja, a Prefeitura auxiliava na desocupação e na demolição das casas, de acordo com as decisões judiciais. Nós resolvemos enfrentar esta situação de maneira diferente, criando projetos para reassentar as famílias e dar dignidade a elas", comparou. O prefeito explicou que foi buscado, junto ao Governo Federal, um total de R$ 100 milhões em recursos do PAC para construção dos novos loteamentos que dão qualidade de vida às populações ribeirinhas destes três arroios. "Para as 290 unidades habitacionais desta primeira fase, são R$ 9 milhões. O custo de cada uma é de R$ 30 mil e as famílias devem entrar nas novas residências no próximo ano", completou.

Área nobre
O secretário de Planejamento e Coordenação, Marcel Frison, informou que a administração está trabalhando neste projeto há vários anos. "Essas obras fazem parte ainda do PAC I. A área onde as unidades serão construídas, ao lado do Loteamento Tancredo Neves, é nobre, um local muito bonito e que vai valorizar muito em função de um conjunto de obras de urbanização que pretendemos realizar", reforçou. A infraestrutura, integrada por ruas, pavimentação, drenagem, redes de luz e água, está praticamente concluída.
As três etapas do PAC Arroios da Manteiga e Cerquinha totalizam R$ 40 milhões, sendo R$ 38 milhões oriundos de financiamentos do FGTS e R$ 2 milhões de recursos do município. Ao todo, 768 famílias serão reassentadas. As outras duas etapas, ainda em fase de projetos e licitações, não tem data de início prevista, mas a Prefeitura está buscando adquirir áreas próximas aos locais onde as famílias moram atualmente. O trabalho final será a recuperação ambiental das margens dos arroios, com o plantio de mata ciliar e construção de praças e espaços de lazer.
Estiveram presentes no ato o presidente da Baliza, Jorge Northfleet, moradores locais, presidentes de associações de moradores, secretários e diretores municipais, vereadores e representantes da Caixa Econômica Federal.

Depois das pesquisas ... ... ... ... ...

Depois das pesquisas ... ... ... ... ...

Aroeira em O SUL

Aliança entre PT, PSB e PCdoB esvazia discurso do isolamento usado contra Tarso

Aliança entre PT, PSB e PCdoB esvazia discurso do isolamento usado contra Tarso


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) anunciaram nesta segunda-feira o apoio à candidatura de Tarso Genro (PT) ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. A decisão foi anunciada oficialmente durante uma entrevista coletiva realizada na sede estadual do PCdoB em Porto Alegre. O PSB deve indicar o vice na chapa de Tarso: Beto Grill, ex-prefeito de São Lourenço e Cristal. A aliança se dará somente na chapa majoritária. Socialistas e comunistas decidiram fazer uma coligação na proporcional.
“Queremos construir um projeto de RS sintonizado ao Brasil”, disse a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB). Já o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) afirmou que decisão foi fruto de um debate política e que confiança em Tarso foi maior que as divergências com o PT. Beto disse ainda que opção de apoio a Fogaça foi examinada pela direção estadual do PSB, mas que movimento de deputados estaduais do PMDB pró-Serra foi fatal. “PSB é Dilma!”, resumiu.
O anúncio da aliança esvazia o discurso do isolamento político que estava sendo dirigido contra a candidatura de Tarso Genro. Tarso saudou o renascimento da Frente Popular e anunciou que pretende trabalhar para ampliar essa aliança política. “Vamos fazer uma campanha com abrangência e amplitude, sem perder nossas origens, com o que há de mais progressista e democrático no Rio Grande do Sul”.

24.5.10

Até o DATAFOLHA se rendeu!!

Até o DATAFOLHA se rendeu!!



Veja a análise da pesquisa do DATAFOLHA.

Dilma cresce, e empata com Serra


Petista cresce em todas as regiões do país

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) estão empatados em pesquisa de intenção de voto para presidente realizada pelo Datafolha. Cada um tem 37%. Em relação ao cenário sem Ciro Gomes da pesquisa anterior, feita em abril, a petista cresceu sete pontos percentuais e o tucano perdeu cinco pontos. Marina Silva (PV) manteve-se com 12%.

Veja mais: Acesse DATAFOLHA

Inauguradas as ampliações da Escola 25 de Julho de Picada Café

Inauguradas as ampliações da Escola 25 de Julho de Picada Café

Picada Café – Os 223 alunos da Escola Municipal 25 de Julho, além dos 120 alunos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) Polo Picada Café, utilizarão a partir de hoje os mais novos espaços físicos da instituição de ensino. As duas salas de aulas foram oficialmente entregues na manhã de domingo em solenidade que contou com a presença do prefeito Luciano Klein, vereadores José Carlos Linck, Décio Heylmann, Marco Mallmann, Jonas Schneider, Artêmio Arnold e Maria Lucia Klein, além de professores, alunos, CPM, secretários e membros da comunidade. Em seu pronunciamento o prefeito destacou os investimentos feitos pela administração em educação. “A lei exige que apliquemos pelo menos 25% do orçamento em educação. Mas nós investimos mais de 33%, podendo com isso dar esta estrutura aos alunos e claro, oportunizar a eles projetos como o turno integral”, disse. A escola recebeu duas novas salas de aulas, aumentando em 91,52 metros quadrados. O custo aos cofres públicos foi de R$ 64.492,10, tendo a obra sido executada pela empresa Construtora D.P. Ayres Ltda, de Sapiranga. A inauguração teve seguimento com a festa escolar.
Blog do Jair Heylmann

21.5.10

Pesquisa VOX POPULI para o RIO GRANDE DO SUL

Pesquisa VOX POPULI para o RIO GRANDE DO SUL


Prefeitura inicia urbanização do Distrito Industrial Málaga

Prefeitura inicia urbanização do Distrito Industrial Málaga

Crédito fotos: Ricardo Fuchs
São Leopoldo - A partir de hoje, 21, máquinas de Prefeitura estarão no bairro São Borja para dar início à urbanização do Distrito Industrial Málaga. O acordo foi assinado na tarde de ontem, 20, pelo prefeito Ary Vanazzi e empresários.
O empreendimento conta, na fase inicial, com 13 indústrias cadastradas. Oito delas estavam na cidade e buscam ampliação do espaço físico. As outras cinco virão de municípios vizinhos como Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo e Estância Velha. O Sindimetal projeta aumento de 30% na geração de empregos ainda no segundo semestre. A estimativa é que 500 vagas diretas sejam abertas até o final de 2012.
“Iniciamos a conversa há dois anos. A crise econômica congelou a negociação. Mas hoje estamos aqui assinando o começo das obras”, ressaltou Vanazzi. O prefeito mencionou as outras ações do poder público na cidade.
“O investimento em infraestrutura urbana, casas, estradas, a atração de empresas no Pólo Tecnológico na Unisinos, tudo isso transforma o perfil da região. Por isso pensamos a cidade para o futuro”, acrescentou.
O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social (Semedes), Carlos Fleck, reforçou a importância da parceria com o setor empresarial. “Sem cooperação mútua, nada se faz. O distrito trará um benefício enorme para São Leopoldo que está sabendo aproveitar o crescimento econômico que o país vive”.
Empresário do ramo de metalurgia, Marcelo Mariani explica que a aproximação das empresas representará economia na produção e nos preços repassados. “Instalados em um mesmo local, economizamos na logística, visto que muitas são fornecedoras uma das outras. Na questão de segurança, o custo também pode ser dividido”, exemplificou. O diretor-executivo do Sindimetal, Valmir Pizzutti afirmou que a infraestrutura pesou em favor de São Leopoldo.
“O modelo de distrito com condições de instalação e escoamento fez com que optássemos pelo Málaga entre as propostas oferecidas pelos municípios da região”, salientou.

20.5.10

Bateu o Pavor!

Bateu o Pavor!

Juremir Machado da Silva, colunista do jornal Correio do Povo.
É importante ser claro, falar a linguagem das ruas e dar nome aos bois. A verdade é uma só: está batendo o pavor na direita brasileira. Dá para ouvir os dentes rangendo. Por um lado, Luiz Inácio brilha mais do que nunca no cenário internacional. O doutor FHC nunca teve tamanho prestígio no exterior. Independentemente do resultado do papo com Ahmadinejad no Irã, o mundo inteiro ficou esperando que o iletrado brasileiro resolvesse a parada. Os norte-americanos, mais caras de pau do que nunca, andam furiosos com o Brasil. Descobriram até os direitos humanos. Cobram de Luiz Inácio o fato de ele ficar negociando com um país que dá chibatadas nos seus opositores. É o roto falando do descosido. Os Estados Unidos são especialistas em amizades com ditadores. A China, por exemplo, nada deve ao Irã em repressão.
O ranger de dentes tem razões de todo tipo. A inveja em relação a Luiz Inácio não para de crescer. Todas as previsões dos conservadores foram por água abaixo. O Brasil vai bem, superou a crise como se ela não passasse mesmo de uma marolinha, a popularidade do presidente é estratosférica, a vida da população mais pobre melhorou bastante e, na política internacional, nunca mostramos tanta autonomia. Passamos de coadjuvante a protagonista. Para completar o quadro de pavor da direita, que não sabe mais o que fazer ou dizer, a última pesquisa do Vox Populi mostra Dilma na frente de José Serra, 38% a 35%. E agora? Dilma, a guerrilheira, a sem carisma, a criatura, começou a decolar e já parece muito palatável para eleitores que antes a viam com alguma desconfiança.
Se os dentes continuarem a bater assim, dá para ouvir o barulho enquanto escrevo, os dentistas é que vão faturar. Muita gente vai precisar de dentadura ou de aparelho. Passei, outro dia, por um luminar da direita e ele parecia desesperado. Estava branco, verde, azulado. Nem me aproximei. O homem falava sozinho, resmungava, vociferava e espumava de raiva. Dava para entender o nome Dilma no seu discurso enrolado. Tem gente que não dorme mais. Alguns buscam soluções mágicas. Outros, tentando permanecer racionais, buscam culpados. Não encontram. Perguntas es-drúxulas se repetem: por que Luiz Inácio não fez como Evo Morales e Hugo Chávez? Aí está: Luiz Inácio não traiu só a esquerda, traiu a direita também. Frustrou-a terrivelmente ao não se comportar como um ditador ou como um "perfeito idiota latino-americano".
O que dói mais na direita é ver Luiz Inácio trocando abraços, afagos, sorrisos e ideais com os grandes deste mundo. Dói mais ainda ver Luiz Inácio, com seu traquejo social sem berço nem formação, colocando todos à vontade, fazendo até um russo gelado se derreter e fazer piadinha. Basta Luiz Inácio chegar para o clima ficar mais amistoso. Com essa manha, com essa malemolência, com esse jogo de cintura, Luiz Inácio está prontinho para virar secretário-geral da ONU. Espero que isso não ocorra por uma razão humanitária: FHC não suportaria. Não quero o mal de homem que prestou bons serviços ao Brasil. Luiz Inácio que fique, no máximo, com a OEA. Que loucura!
JUREMIR MACHADO DA SILVA  correio@correiodopovo.com.br

19.5.10

Picada Café recebe 148 mil do Governo Lula

Picada Café recebe 148 mil do Governo Lula

Devido o temporal do dia 13 e 14 de novembro de 209, com os ventos e a chuva intensa, o Município de Picada Café teve muitos prejuízos. Entre os principais danos, houve árvores caídas, bueiros destruídos e várias estradas sem condições de tráfego e de escoamento da produção. Para amenizar esses danos, o Município de Picada Café, através da Secretaria da Agricultura encaminhou projetos para a Defesa Civil do Governo Federal para apoiar a reconstrução dos acessos e assim poder normalizar o tráfego das vias municipais. Conforme Ricardo Fritsch, titular da pasta, o MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL liberou nessa semana o valor de R$ 148.875,00 que será utilizado para a aquisição de 250 canos de 60cm, 560 canos de 30cm, 450 canos de 40cm, 150 canos de 50cm e 50 canos de 100cm de diâmetro para melhorar o escoamento das águas pluviais. Ainda serão adquiridos 800 m3 de brita para ajudar na melhoria das estradas municipais e a contratação de 603 horas de Trator Esteira e 208 horas máquina de Escavadeira Hidráulica PC que serão usadas para auxiliar na melhoria das condições de produção agrícola no Município.

Para Fritsch, "esse valor é importantíssimo para a população e principalmente aos produtores rurais do município, pois com esse valor poderemos recuperar e melhorar as condições de escoamento da produção". Para o secretário, para concretizar a liberação dos recursos foi importantíssima a viagem que fez à Brasília no mês de abril, onde juntamente com o vereador Décio Heylmann puderam agilizar a liberação dos recursos. No último período em que esteve como Prefeito em Exercício, Heliomar Schroeder solicitou o apoio do Deputado Federal Pepe Vargas que providenciou agilidade junto ao ministério.
Por ocasião do temporal, as localidades mais atingidas foram o Bairro Esperança, Floresta, Canelinha, Jammerthal, Kaffeeck e Morro Hansen. Segundo o titular da Secretaria da Agricultura, na época do temporal, foi feito vários projetos para amenizar o desastre, sendo que para o setor da agricultura o Governo Federal também projetou a transferência de recursos para a aquisição de uma Retro Escavadeira Hidráulica no valor de 230 mil reais. Fritsch diz ainda que a Caixa Econômica Federal já concluiu os trâmites burocráticos, sendo que em seguida haverá a liberação dos recursos. Ricardo Fritsch afirma também que está trabalhando para que o repasse de 300 mil reais da Emenda Parlamentar do Deputado Pepe Vargas no Ministério do Desenvolvimento Agrário seja repassado o mais rápido possível, sendo uma de suas maiores prioridades.

Caixa anuncia liberação do Fundo de Garantia aos atingidos pelos temporais de novembro em Picada Café

Caixa anuncia liberação do Fundo de Garantia aos atingidos pelos temporais de novembro em Picada Café


Blog do Jair - JORNAL O DIÁRIO
Picada Café – A Caixa Econômica Federal anunciou na tarde desta segunda-feira a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) das vítimas dos temporais de novembro de 2009 em Picada Café. O anúncio foi feito em reunião na prefeitura municipal. O encontro contou com a presença do Gerente da Unidade de Nova Petrópolis, Ostelino Carrasco, do prefeito Luciano Klein, vice Heliomar Schroeder, presidente da Defesa Civil, Vilson Koch, presidente da Câmara, José Carlos Linck, a Assistente Social Nilce Paludo, do presidente do Sindicato dos Calçadistas, João Ricardo Schaab, além do Secretário da Fazenda, Claus Altevogt.
CADASTRO
Todas as pessoas residentes em Picada Café terão direito a retirar o FGTS. Isso até no valor de R$ 4.650,00, valor estipulado pela instituição financeira. Isso ocorre visto que todo o município foi cadastrado pela Defesa Civil como atingido pelos temporais de 13 e 14 de novembro de 2009. “Os dois temporais deixaram estragos em todo o município. Por isso todos os bairros foram cadastrados e todas as pessoas que possuem o fundo tem direito a receber o recurso”, disse o presidente da Defesa Civil, Vilson Koch. Os moradores do município com direito ao fundo devem se cadastrar na próxima semana, de segunda à sexta-feira, quando uma equipe da Caixa Econômica Federal estará em Picada Café, na Sociedade Aliança. Nas empresas Coopershoes, Sugar Shoes, Joaneta Calçados e Curtume Ritter, este cadastro está sendo feito direto no setor de Recursos Humanos. No cadastro as pessoas devem apresentar cópias da Identidade, CPF, Carteira de Trabalho, Comprovante da Inscrição do PIS, além do comprovante de residência que tem que ser datado de 19 de julho a 16 de novembro de 2009. Informações podem ser obtidas com a Assistente Social Nilce Paludo pelo telefone (54)3285-1260.

18.5.10

Política de combate ao Bullying agora é Lei em Nova Hartz!

Política de combate ao Bullying agora é Lei em Nova Hartz!

Nova Hartz - O prefeito Antonio Elson Rosa de Souza sancionou na tarde desta segunda-feira dia 17 de maio, na presença do Secretário de Educação Arlem Tasso, vereador Valentin Melo de Thomaz, a Lei N.º 1490 de 17 de Maio de 2010 - Que dispõe sobre o desenvolvimento da política "antibullying" por instituições de ensino e de educação infantil, públicas municipais ou privadas. O autor do Projeto vereador Valentin Melo de Thomaz - PT, afirma que a Lei tem como objetivo reduzir a prática de violência dentro e fora das escolas, melhorando o desempenho escolar e promovendo cidadania e respeito, além de realizar palestras e debates, criando ferramentas de combate a violência e divulgar informações sobre a prática do bullying.
Considera-se bullying qualquer prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, que ocorra sem motivação evidente, praticada contra uma ou mais pessoas. Conforme a nova lei, as instituições deverão manter histórico próprio das ocorrências de bullying em suas dependências devidamente atualizado. Os resultados alcançados deverão ser enviados periodicamente à Secretaria Municipal de Educação.
Para melhor entender o que constituem práticas de bulling:
- Ameaças e agressões físicas;
- Submissão do outro pela força à condição humilhante, furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios;
- Extorsão e obtenção forçada de favores sexuais, insultos ou atribuição de apelidos vergonhosos ou humilhantes;
- Comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais, religiosas, entre outras;
- Exclusão ou isolamento proposital de pessoas, pela fofoca e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e a boa imagem dessas.

17.5.10

CNT/Sensus também coloca Dilma à frente de Serra

CNT/Sensus também coloca Dilma à frente de Serra

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (17) confirma o que já havia mostrado o Vox Populi no sábado: a petista Dilma Rousseff ultrapassou José Serra na preferência do eleitorado.
A petista recebeu 35,7% das intenções de voto, enquanto o tucano ficou com 33,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, o que caracteriza empate técnico.
Marina Silva (PV) aparece em terceiro lugar, com 7,3%, enquanto pré-candidatos como José Maria Eymael (PSDC) e Américo de Souza (PSL) ficaram, respectivamente, com 1,1% e 1%. Outros pré-candidatos mencionados na pesquisa não registraram 1% dos votos.

Em uma segunda lista, apenas com os três presidenciáveis mais bem classificados nas pesquisas, Serra recebeu 37,8% das intenções de votos, enquanto Dilma obteve 37%.
Marina Silva recebeu 8% dos votos válidos. Os indecisos, brancos e nulos somam 17,3% nessa segunda lista. Em janeiro, edição anterior da CNT/Sensus, Serra tinha 40,7% dos votos, Dilma 28,5% e Marina 9,5%.
Espontânea
Pela primeira vez, Dilma aparece na frente de Serra na pesquisa espontânea - na qual não é apresentada a lista de candidatos aos eleitores.
Apetista recebeu 19,8% das intenções de votos na espontânea, contra 14,4% do tucano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é candidato, aparece em terceiro lugar na espontânea, com 9,7%. Marina Silva fica em quarto lugar, com 2,7% dos votos, enquanto o deputado Ciro Gomes (PSB) aparece em quinto lugar com 0,3% das intenções de voto - embora já tenha descartado a sua candidatura à Presidência.
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 10 e 14 de maio, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 11.548/2010.

Segundo Turno

Dilma passa Serra nas pesquisas eleitorais

Dilma passa Serra nas pesquisas eleitorais
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A pré-candidata do PT às eleições presidenciais, Dilma Rousseff, ultrapassou pela primeira o pré-candidato tucano José Serra. Pesquisa Vox Populi, divulgada neste sábado, mostra que a petista tem 38% das intenções de voto contra 35% de Serra. Como a margem de erro é de 2.2 pontos percentuais, os pré-candidatos estão tecnicamente empatados.

A pesquisa estimulada apresentou a 2 mil eleitores de 117 municípios os nomes de Dilma, Serra e Marina Silva (PV). As entrevistas foram realizadas entre os dias 8 e 13 de maio e a pesquisa foi encomendada pela Rede Bandeirantes.

As pessoas que ainda não sabem em quem votar ou que não responderam somam 11% e votos brancos ou nulos chegam a 8%. Nesta pesquisa, Marina Silva tem 8% das intenções de voto.
Analisando os dados por região, percebe-se que Dilma tem mais força no Nordeste, onde consegue 45% dos votos. Já na região Sul, a petista fica com 30%. Serra está em situação oposta, com 45% dos votos no Sul e 30% no Nordeste.
Se dividirmos os eleitores entre mulheres e homens, Dilma tem mais votos de homens (42%) e menos de mulheres (34%). Já a situação de Serra é mais equilibrada: 35% dos seus votos são de mulheres e 34% de homens.
Em outro questionário, onde aparecem também os chamados “candidatos nanicos”, Dilma aparece com 37% dos votos, Serra com 34% e Marina com 7%. Os demais não somam sequer 1%.
A pesquisa Vox Populi/Bandeirantes foi registrada junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia 7 de maio, com o protocolo de número 11.266/2010.



Deu REVIRADA.
Agora é CONSOLIDAR.
Dilma 13.

14.5.10

A TUCANA PAULISTA afirma que "doeu"

Essa é boa.
Conforme o Blog da Rosane de Olivieira de hoje, a TUCANA PAULISTA fez um desabafo. Afirma ela que já estaria implantando seu 4º governo e estaria pronta para construir mais dois.
Ao final da matéria, Rosane lança uma fala da TUCANA PAULISTA.
Leia abaixo. É, deve ter doído mesmo!

Desabafo no Piratini

Veja no BLOG DA ROSANE DE OLIVEIRA
A governadora Yeda Crusius aproveitou o café da manhã de lançamento da 6ª Fenasul, ontem, no Palácio Piratini, para um longo desabafo. Em tom de mágoa, Yeda reclamou do cerco da oposição e “apresentou” o novo secretariado do que chamou de seu “terceiro governo”. – Aliás, com a desincompatibilização, estou no meu quarto governo. Durma-se com um barulho desses – ironizou. A governadora, que falou por quase meia hora, exaltou os resultados fiscais de seu governo e mandou um recado para a oposição: – Quero reafirmar que, se conseguirem nos prejudicar de novo, me aguardem. Tenho quadros de qualidade para um quinto, sexto governo… Em outro momento de desabafo, Yeda comentou que, apesar de estar pronta para outra crise, os ataques da oposição causaram estragos: – Meu costado ardeu – admitiu Yeda.

13.5.10

“O Rio Grande do Sul tem preconceito contra o Brasil”

“O Rio Grande do Sul tem preconceito contra o Brasil”

“O Rio Grande do Sul tem preconceito contra o Brasil” O cineasta Jorge Furtado discute o isolamento cultural e político do RS
Jorge Furtado recebeu o Sul 21 na sede da Casa de Cinema e falou sobre o atual ambiente político-cultural no Rio Grande do Sul e a relação do Estado com o Brasil. Na avaliação do cineasta, o RS sofre um certo isolamento em relação ao conjunto do país, fruto, entre outras coisas, de uma carregada carga de preconceito e de orgulho regionalista. “Essa idéia de ficar louvando uma coisa porque é tua é algo que muitas vezes chega às raias do ridículo, como a prática de cantar o hino gaúcho antes de cada jogo de futebol. É um negócio bizarro”, exemplifica. (Entrevista a Marco Weissheimer e Marcelo Carneiro da Cunha)


Sul21 - Qual sua avaliação sobre a situação político-cultural do Rio Grande do Sul hoje e sobre a relação que o Estado mantém com o resto do país?
Jorge Furtado: O Rio Grande do Sul sempre teve algumas características muito próprias. É um Estado que vive no limite do Brasil, no limite da América Latina e numa região de fronteira. Na sua origem, foi uma região muito disputada por espanhóis e portugueses. Aparentemente é o Estado que menos se parece com o Brasil. Temos essa identidade muito particular que tem algumas coisas interessantes como o jeito de falar, o uso do “tu”, uma seriedade e um certo sentimento trágico causado talvez pelas várias guerras que tivemos. Por outro lado tem algumas coisas muito ruins. Em termos culturais, por exemplo, somos muito isolados do Brasil e de coisas muito boas que o país tem. O Brasil tem uma cultura riquíssima. Basta pensar na música brasileira, nas artes plásticas, na literatura. E o Rio Grande do Sul é meio auto-suficiente. Já escrevi sobre essa idéia do “é melhor porque é nosso”, desse sentimento de orgulho que se manifesta até em propaganda de cerveja, de algo que é bom e que não pode sair daqui. Como se qualquer coisa que saísse daqui deixasse de ser nossa.
Muita gente enfrentou esse problema - se faz sucesso no Brasil, deixou de ser nosso -; a Elis Regina e o Lupicínio para citar dois exemplos. Isso gera um certo isolamento.

Sul21 - E você acha que isso ainda existe?
Jorge Furtado: Existe sim. E bastante. Tem uma música que só toca aqui, uma literatura que só sê lê aqui, um cinema bastante regional. Quando Samuel Johnson disse que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas, ele esqueceu do regionalismo, que é uma fronteira ainda além. Essa idéia de ficar louvando uma coisa porque é tua é algo que muitas vezes chega às raias do ridículo, como a prática de cantar o hino gaúcho antes de cada jogo de futebol. É um negócio bizarro. Caetano Veloso diz uma coisa engraçada sobre isso. Segundo ele, o gaúcho é a única pessoa no Brasil que se apresenta dizendo que é gaúcho, como se isso fosse uma vantagem. Ninguém se apresenta dizendo que é de Goiás, ou do Mato Grosso. E se tu fala disso logo vem alguém para te acusar de não gostar do Rio Grande.
Eu nasci aqui (em Porto Alegre) e sempre morei aqui. Já viajei bastante, mas sempre morei aqui, gosto de morar aqui e não pretendo morar em outro lugar. Mas acho esse isolamento e esse orgulho meio sem motivo um problema. Comemora-se todo ano a data de uma guerra que perdemos. É estranho. Ao mesmo tempo, temos coisas que dão orgulho mesmo, como, por exemplo, ser o Estado com o maior índice de leitores do país. Porto Alegre foi e creio que ainda é a cidade com mais salas de cinema por habitante. Temos uma qualidade de vida acima da média. Tudo isso é bom, mas o isolamento não faz sentido. É claro que é preciso preservar e divulgar aspectos da cultura local, mas a integração é hoje uma coisa quase que óbvia. O mundo está todo interligado. Eu escrevo um texto em casa que pode ser ligado quase que imediatamente do outro lado do planeta. Todas as informações circulam muito rapidamente. Qual é o sentido, então, de falar de um cinema ou de uma literatura gaúcha?

Sul21 - Como é que essa falta de integração se manifesta cotidianamente?
Jorge Furtado: Uma das piores coisas dessa falta de integração é o preconceito que costuma acompanhá-la. Um preconceito contra o Brasil, que é uma burrice completa, pois perdemos muita coisa boa. Isso se reflete em todas as áreas, inclusive na política. O Rio Grande do Sul já se considerou um Estado muito politizado, o mais politizado do Brasil. Lembro que na eleição direta de 1989, entre Lula e Collor, Porto Alegre foi talvez a cidade onde Lula teve sua maior vitória. Isso mudou completamente. O Rio Grande do Sul, que já foi um Estado mais à esquerda, hoje é dominado por um sentimento que é quase o oposto deste. Se formos considerar os índices de aprovação apontados pelas pesquisas, Porto Alegre e o Rio Grande do Sul talvez sejam o pior lugar do planeta para Lula. Em Nova York, Paris, na Espanha, todo mundo aprova Lula. Mas aqui há uma enorme restrição a ele. Porque não há nada mais brasileiro do que o Lula. Nordestino, que migrou para São Paulo, metalúrgico, etc. A impressão que me dá é que o Rio Grande do Sul, como não se sente muito como parte do Brasil, acha que está sendo governado por um estrangeiro...

Sul21 - Estamos sob intervenção...
Jorge Furtado: É, estamos sob intervenção. Mais ou menos isso. Há muito preconceito aqui, preconceito mesmo, contra baiano, contra nordestino... Até nosso futebol se identifica mais com o futebol argentino do que com o brasileiro. O que é curioso agora é que, no momento em que o Brasil está bombando, o Rio Grande do Sul está ficando para trás.

Sul21 - Como é que isso vem sendo transmitido, reproduzido e fortalecido ao longo de várias gerações?
Jorge Furtado: Isso se reproduz principalmente pela mídia, mas não só por ela. É algo que está acontecendo no Brasil inteiro e não só aqui no Rio Grande do Sul. A antiga imprensa, os grandes jornais, os grandes veículos de comunicação têm um pensamento muito homogêneo e o objetivo comum de retomar o poder que perdeu. Nos dizeres da própria presidente da Associação Nacional de Jornais, a imprensa assumiu o papel da oposição. Aí há uma confusão que muita gente faz e que precisa ser esclarecida. A função da imprensa é fazer oposição aos governos, no sentido de fiscalizar, de cobrar, de ficar em cima dos problemas que afetam a população. Só que isso deveria ser feito com todos os governos e não apenas com alguns e de vez em quando. Durante oito anos de governos dos tucanos vimos a imprensa muito mais favorável e muito menos crítica do que vemos hoje. Muito menos crítica do que tem sido nestes sete anos de governo Lula.
Deste modo, essa mídia reproduz e amplifica preconceitos. Eu vi, dias atrás, um programa Conversas Cruzadas, com gente de vários partidos, fazendo piada sobre o Maranhão. Uma das ditas, mencionando Sarney, foi: “Ele e o Maranhão se merecem”. Esse tipo de idéia, de que o Maranhão é um lugar desprezível e inferior, é reproduzido cotidianamente pela mídia. Por outro lado, a mídia não inventa propriamente isso. Ela seleciona, amplifica e fornece resumos diários.Mas isso é algo que acontece no país inteiro e praticamente em todo o mundo; não é algo exclusivo do Rio Grande do Sul. Talvez pelo fato de sermos uma sociedade mais homogênea e menos miscigenada essa mistura de racismo e preconceito seja mais disseminada aqui. Por outro lado, já tivemos governador negro, prefeito negro, Miss Brasil negra, temos um movimento negro importante. Então, não é que o Rio Grande do Sul seja um Estado racista. Mas essa idéia de que o que é bom para o Brasil não é necessariamente bom para o Rio Grande do Sul é muito presente. Desde a Revolução Farroupilha, muitas vezes o Estado esteve na contramão do Brasil. No próprio golpe militar, a única resistência ocorreu com o Brizola aqui no Rio Grande do Sul. Durante muito tempo, o Estado foi oposição e continua sendo. Essa mania oposicionista é muito forte aqui.

Sul21 - Esse ambiente pesou de algum modo em suas escolhas como cineasta?
Jorge Furtado: Acho que não. O que há de gaúcho nos meus filmes é o que é inevitável. Eu sou daqui, moro aqui, sempre trabalhei aqui, a equipe é daqui, filmo aqui. Mas a lógica sempre foi fazer filmes que funcionem em qualquer lugar. Nunca me passou pela cabeça a idéia de fazer um filme gaúcho. Eu era estudante de Medicina, curso que larguei para fazer Jornalismo, e me interessei por cinema a partir do movimento tocado por gente que estava fazendo super oito aqui em Porto Alegre. Naquele momento eu estava me interessando muito por cinema, especialmente em função da programação do cinema Bristol, que era um cinema programado pelo Romeu Grimaldi e que tinha ciclos especiais de filmes. Comecei a assistir a um monte de filmes diferentes e a me interessar pela diversidade de linguagens. Essa diversidade se traduziu em uma produção gaúcha de curtas e longas em super oito. O marco disso foi “Deu pra ti anos 70”, do Giba (Assis Brasil) e do (Nelson) Nadotti.
Em um certo sentido, não há nada mais porto-alegrense do que esse filme; a Osvaldo Aranha, o Nei Lisboa tocando, a garotada pegando carona. Isso é totalmente Porto Alegre, mas a cidade do filme poderia ser Oslo, poderia ser em qualquer lugar. São jovens buscando respostas e caminhos, um tema universal...

Sul21 - Considerando tal diagnóstico sobre a atmosfera cultura dominante no Rio Grande do Sul, você acha que seria o caso de fazer algum tipo de enfrentamento, alguma tentativa de desconstrução?
Jorge Furtado: Alguns enfrentamentos às vezes são necessários. O Nei Lisboa fez isso recentemente, provocando uma polêmica. Acho que a principal qualidade da cultura brasileira é a diversidade. Temos ritmos, cores e sotaques diferenciados. O Rio Grande do Sul, é claro, deu contribuições muito importantes à cultura brasileira. Mas tem vários problemas em relação à essa cultura. Além do isolamento que já referi, há também o que Freud chamou de narcisismo das pequenas diferenças. Isso aparece quando alguém, por exemplo, diz: “Eu não gosto do Caetano”, “eu não gosto disso”, “eu não gosto daquilo”. Ao mesmo tempo, essa pessoa não diz do que gosta, colocando-se numa posição superior, meio blasé. Nós temos um pouco isso, a postura de achar tudo mais ou menos, sem olhar para o próprio umbigo. E considerando que vale o que está escrito, cabe perguntar: cadê a literatura gaúcha, cadê a música gaúcha, o que é mesmo que nós estamos fazendo culturalmente?

Sul21 - A experiência da editora Globo, nas décadas de 40 e 50, foi uma espécie de exceção neste cenário?
Jorge Furtado: Sim, sem dúvida. O Veríssimo fala que Porto Alegre sempre foi uma cidade cosmopolita, progressista e moderna. Muita coisa, muita novidade surgia aqui. Acho que andamos um pouco para trás.
Há essa questão da polarização que merece atenção. Aqui todo mundo é Grêmio ou Inter, é PT ou é anti-PT, é uma coisa ou é outra. Essa lógica binária é pobre e insuficiente. Nem tudo envolve uma disputa ideológica tão clara. Há coisas que têm nuances que devem ser consideradas. É possível conversar sem interromper pontes. Infelizmente, aqui ainda vale aquela máxima do Capitão Rodrigo, quando ele se apresentava logo de início: “Buenas que me espalho, nos pequenos dou de prancha, nos grandes dou de talho”. Essa era a primeira frase dele e o gaúcho tem um pouco disso até hoje na política e na cultura, quando, muitas vezes, as coisas não são tão simples.

11.5.10

LULA (AQUELE QUE NÃO ENTENDE DE "BULHUFAS" DE NADA!)

LULA
(AQUELE QUE NÃO ENTENDE DE "BULHUFAS" DE NADA!)

Pedro Lima

Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos. Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares].
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de janeiro de 2010], e não quebrou a previdência como queria FHC. Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta]. Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora. Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise. Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos].
Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador; é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor - Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...] e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da [maior] mudança geopolítica das Américas [na história].
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel. Lula, que não entende nada de nada; é bem melhor que todos os outros...!
Pedro Lima
Economista e professor de economia da UFRJ

DESCULPE OS NAO-LULAS, MAS COMO RECEBO MUITOS EMAILS IRONIZANDO, DEBOCHANDO E FALANDO HORRORES DELE ACHO QUE TENHO O DIREITO DE ENVIAR UM UNICO EMAIL QUE FALE BEM DESSE "ANALFABETO".

10.5.10

NOVO HAMBURGO - Prefeito anuncia primeira Unidade de Saúde da Família

Prefeito anuncia primeira Unidade de Saúde da Família


Novos locais servirão para abrigar novo sistema de atendimento que atua na área de prevenção.

Novo Hamburgo - O prefeito Tarcísio Zimmermann dá início a obra da primeira Unidade de Saúde da Família (USF) a ser construída em Novo Hamburgo. O terreno que receberá a unidade será no cruzamento da Avenida Floresta com a Rua 22 de Outubro, no bairro Boa Saúde. Além do bairro Boa Saúde, as comunidades de Canudos e Rondônia também terão suas USFs anunciadas durante os próximos dias.
Os novos locais servirão para abrigar a Equipe de Saúde da Família (ESF), um novo sistema de atendimento que atua na área de prevenção e aproxima os médicos da família dos hamburguenses. "Cada médico será responsável por um grupo de famílias e cuidará da saúde de todos os integrantes, desde o pré-natal da mãe, passando por todas as fases da vida, até quando se tornar idoso", explica a secretária da Saúde, Clarita de Souza.
Cada equipe será composta por um médico de saúde coletiva, um enfermeiro de saúde coletiva, um técnico em enfermagem e cinco agentes de saúde. Eles serão responsáveis por um grupo populacional de até 4 mil hamburguenses. No bairro Boa Saúde, a unidade contará com três equipes, em função do número de moradores chegar perto dos 12 mil.
Unidades beneficiarão 32 mil hamburguenses
Além da obra no bairro Boa Saúde, outras duas unidades serão construídas em Novo Hamburgo, uma no Loteamento Morada dos Eucaliptos, no bairro Canudos, e outra no bairro Rondônia. Cada uma das três unidades terá 308,46 metros quadrados, divididos em 11 espaços: Quatro consultórios, duas salas de odontologia, salas de nebulização, curativo, vacina, esterilização e higienização, além de sala administrativa e acolhimento para receber a população. O projeto também contemplará um auditório com capacidade para 40 pessoas, que será utilizado para ações de educação em saúde.
As três unidades juntas beneficiarão cerca de 32 mil hamburguenses. No total serão investidos R$ 1.201.497,77 sendo que, R$ 538.560,00 são do governo federal, R$ 182.611,38 do Estado e R$ 480.326,39 do Município. As obras devem ficar prontas em cinco meses.

João Cândido, petróleo, racismo e emprego


João Cândido, petróleo, racismo e emprego

Beto Almeida (*)
Nesta sexta-feira a Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. Como um simbolismo adicional, um total de 120 operários dekasseguis foram trazidos do Japão, com suas famílias, para juntarem-se aos operários nordestinos que construíram o navio. Os primeiros não precisam mais morar longe da pátria; os outros, saem do canavial para a indústria e não precisam mais pegar o pau-de-arara, nem entoar com amargura a Triste Partida, de Patativa do Assaré, como um certo pernambucano teve que fazer na década de 50. Até que virou presidente.
Mulheres trabalhando como chefes de equipe de soldagem no Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, em Pernambuco, pronunciavam frases orgulhosas lembrando que não sabiam nem que esta também poderia ser uma tarefa feminina. O ex-pescador de caranguejo contava em depoimento agreste que antes do estaleiro não sabia direito como ganhar o sustento da família a cada dia que acordava. O ex-canavieiro, agora operário, destaca que não depende mais temporalidade insegura da colheita da cana e quando acorda já tem para onde ir, quando antes vivia a insegurança. Estes alguns dos vários depoimentos colhidos na inauguração do navio petroleiro João Cândido ao ser lançado ao mar pernambucano. Deixa em terra um rastro de transformação.
Inicialmente, na vida destas pessoas antes lançadas ao deus-dará de uma economia nordestina reprimida, desindustrializada. A transformação atinge os municípios mais próximos, pois no local onde foi construído o estaleiro, uma antiga moradora, Mônica Roberta de França, negra de 24 anos, que foi escolhida para ser a madrinha do navio, dizia que ali era um imenso areal, não tinha nada. Agora tem uma indústria e uma escola técnica para os jovens da região. E que só agora ela tem seu primeiro emprego na vida com carteira assinada.
Desculpas à Nação
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o lançamento do João Cândido ao mar tem o mesmo alcance histórico do gesto de Getúlio Vargas quando deu forte impulso à nacionalização da indústria naval brasileira, na década de 30, por meio da empresa de navegação estatal. “Aqueles que destruíram a indústria naval tem que assumir sua responsabilidade e pedir desculpas à Nação”, disse Campos na solenidade que teve a participação de 5 mil pessoas aproximadamente, sobretudo dos operários.
O Navio João Cândido abre uma nova rota para a economia brasileira. Incialmente, porque a Petrobrás já não será obrigada a desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais por ano com o afretamento de navios estrangeiros. Há, portanto, um revigoramento do papel do estado na medida em que a reconstrução da indústria naval brasileira é resultado direto de encomendas da nossa empresa estatal petroleira. O que também permite avaliar a gravidade e o caráter antinacional das decisões que levaram um país com a enorme costa que possui, tendo montado uma economia naval de peso internacional respeitável, retroceder em um setor tão estratégico.
E isso quando nossa economia petroleira, há anos, já dava sinais de expansão, mesmo quando estavam no poder os que promoveram o espantoso sucateamento, a desnacionalização e a abertura da navegação em favor dos países que querem impedir nosso desenvolvimento. Este tema, certamente, não poderá faltar nos debates da campanha presidencial deste ano.
Almirante negro
A escolha do nome João Cândido também foi destacada na solenidade por meio do novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Eloy Moreira. Vale registrar que há pouco mais de um ano Lula participou de homenagem ao Almirante Negro inaugurando sua estátua na Praça XV, no Rio, que estava há anos guardada, supostamente porque não teria havido grande empenho da Marinha na realização desta solenidade. Pois bem, agora João Cândido não está apenas nas “pedras pisadas do cais”, com diz a maravilhosa canção de Bosco e Blanc. Está na estátua e está cruzando mares levando para o mundo afora o nome de um de nossos heróis.
Navegar é possível
O novo petroleiro estatal, portanto, é uma prova real de que sim “navegar é possível”, como dizia uma faixa no ato. Navegar na rota inversa daquela que promoveu o desmantelamento da nossa indústria naval. Navegar na rota da revitalização e qualificação do papel protagonista do estado. Recuperar um curso que havia sido fundado lá durante a Era Vargas onde se combinava industrialização e nacionalização com geração de empregos e direitos trabalhistas. Se no período neoliberal foi proclamada a idéia de destruir a “Era Vargas”, agora, está não apenas proclamada, mas já colocada em marcha, a necessidade de reconstruir a partir dos escombros da ruína das privatizações - entulho neoliberal - tendo no dorso no navio-gigante o nome heróico do líder da Revolta da Chibata. Sem revanchismo, o episódio permite lembrar outra canção: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”
(*) Presidente da TV Cidade Livre de Brasília